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Gabriel Guimarães M. de França

O ENCANTO DA IMAGINAÇÃO A PARTIR DOS QUADRINHOS



Considerando a recente data comemorativa do Dia das Crianças, pareceu-nos interessante apontar o papel que as Histórias em Quadrinhos desempenham na formação de jovens mentes e como essa mídia carrega um potencial de significado diferenciado. Por conta de sua natureza visual, as Histórias em Quadrinhos ajudaram e ainda ajudam muitas crianças a aprender a ler e escrever. O reconhecimento de padrões nos traços facilita uma absorção melhor das mensagens transmitidas por uma narrativa, gerando uma memorização de significados mais eficiente.


Quando uma criança pega um conteúdo integralmente textual para ler pode lhe parecer algo intimidante pelo volume de informação a ser absorvido, ainda mais para aquelas em processo de alfabetização, contudo, utilizando-se conscientemente de ferramentas gráficas, os autores conseguem permitir um mais fácil acesso à sua criação. Além de criar uma vivacidade maior para suas palavras, a arte visual coloca o texto em situações que são de mais fácil compreensão e identificação por parte do leitor.


Ler algo e imaginar toda a situação é algo que exige bastante da capacidade individual do consumidor desse conteúdo, contudo, uma narrativa que apresenta imagens compreensíveis da ordem dos eventos narrados torna essa assimilação muito mais natural e de fácil captura de sentido. Isso não quer dizer, porém, que recorrer às imagens como ferramenta comunicativa exclui ou prejudica o desenvolvimento do imaginário de seus leitores. Ela apenas trabalha em suas mentes de uma outra forma, uma vez que se torna responsabilidade ativa da mente receptora a conexão entre os diferentes quadros de uma história, construindo uma sequência de movimentos que vinculem as ações apresentadas nos Quadrinhos. Além dessa propriedade específica, uma obra visual permite uma imersão na atmosfera de um universo fictício presente na narrativa, independente de este se tratar de um cenário realista, sujeito aos fatores e eventos que afetam à toda a sociedade humana em nível científicos, históricos ou culturais, ou em ambientes de natureza fantástica, que transpõem as limitações do ser humano e estipulam novos parâmetros para o que seria uma normalidade.


Não à toa, o primeiro contato de muitas crianças com obras de ficção se dão pelos Quadrinhos, auxiliando na formação de suas identidades enquanto leitores e como pessoas, como são os casos mais comuns no Brasil com a turma da Mônica, de Maurício de Sousa, do Menino Maluquinho, de Ziraldo e da turma do Xaxado, de Antônio Cedraz. Como os demais meios de comunicação, as HQs apresentam toda uma gama de ferramentas que podem transmitir uma mensagem que alcance os mais variados tipos de público e, junto aos leitores mais jovens, representam um recurso pedagógico de grande eficácia, sendo comum encontrar exemplos em livros didáticos dos mais variados campos, como História, Língua Portuguesa e até Matemática.



Antigamente, os contos de fada alimentavam muitas gerações de jovens através de narrativas ilustradas em caráter isolado do texto, mas mesmo esse conteúdo ganhou nova vida no formato das Histórias em Quadrinhos, sendo muitas vezes representados por personagens populares junto ao público infanto-juvenil, ou mesmo repaginados e atualizados com suas próprias particularidades. Atendo-se à sua mensagem original, elas foram remodeladas para uma forma de comunicação que se encontra em maior capacidade de engajar seus consumidores e ter efetivamente seu objetivo original cumprido.


No mercado de trabalho, esse potencial cognitivo dos Quadrinhos pode ser aplicado nas mais distintas finalidades. Tal qual a mídia apresenta uma ferramenta eficaz de instrução e orientação para conteúdos básicos junto ao público mais jovem, ela também pode ser utilizada como apresentação de conceitos e lições em campos mais especializados, em manuais de instrução e folhetos informativos. O artista brasileiro Flávio Colin é um exemplo muito conhecido nesse sentido, dentro do cenário brasileiro de Arte Sequencial. Além de suas obras de natureza ficcional, ele trabalhou junto à muitas empresas na confecção de material promocional de marcas e produtos. Mesmo décadas depois da veiculação desse material, seu trabalho comunicativo nessas campanhas ainda recebe atenção e admiração pelo desenvolvimento imaginativo a partir de uma proposta originalmente comercial.


Em termos culturais, os Quadrinhos ainda oferecem uma perpetuação do folclore local, engajando novos leitores em um imaginário cultural que pode ser tradicional de uma região específica, mas que, através dos recursos gráficos, alcança toda uma nova gama de leitores. Nesse sentido, acaba desempenhando um papel similar ao que é praticado junto aos contos de fada de outrora. Um exemplo dessa repaginação é o mangá “Caçadores de Monstros”, escrito por Paulo Gutemberg e desenhado por Richardy Henrique, com arte-final de Michel Mims. A recaracterização de elementos clássicos perpetua sua presença no imaginário popular e aproxima essa criação do ponto de vista do leitor.


Para os interessados na expressão de suas mensagens com recursos visuais, a Escola de Artes Visuais Lipe Diaz oferece o Curso de Desenho Básico, onde os alunos aprendem os conceitos e recursos básicos para transmitir a realidade em suas próprias criações, tornando-as assim algo de mais fácil assimilação por parte de seus leitores. Para os interessados em aprender como aplicar esses conceitos de desenvolvimento imaginativo no seu trabalho com as mídias gráficas, existem o Curso de Desenho Avançado, onde conceitos chave são desenvolvidos de forma a aprofundar os conhecimentos do artista e seu aperfeiçoamento com o estilo visual de sua preferência, o Curso de Ilustração Digital, que visa capacitar o profissional nas ferramentas técnicas mais atuais presentes no mercado de trabalho, e o Curso de Histórias em Quadrinhos & Storyboard, onde tudo o que foi aprendido é aplicado de forma que permita a construção de uma narrativa compreensível e de eficaz capacidade comunicativa.


Como o cartunista Bill Watterson, criador das tirinhas Calvin e Haroldo, disse certa vez, “as Histórias em Quadrinhos podem ser tudo aquilo que a mente humana lhes permitir ser”. Venha expandir seus horizontes criativos e desenvolver todo seu potencial imaginativo conosco!




 

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